A Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania aprovou nesta quarta-feira proposta que reserva cotas para
negros, por um período de 10 anos, no total de vagas oferecidas em
concursos públicos da administração pública federal e das autarquias,
fundações e empresas públicas, e sociedades de economia mista
controladas pela União.
A medida está prevista em projeto de lei do Poder Executivo que tramita em regime de urgência.
A
CCJ, que analisou apenas a constitucionalidade, juridicidade e boa
técnica legislativa do projeto, aprovou o parecer do relator, deputado
Leonardo Picciani, do PMDB do Rio de Janeiro.
O
relator recomendou a aprovação do projeto principal e de três emendas
apresentadas por deputados. Uma delas estende a reserva de vagas para
nomeação de negros também aos cargos em comissão. Outra emenda sugeriu
que o preenchimento dos cargos em comissão seja feito em percentuais
paritários dentro da classificação do IBGE, que é de pretos, pardos e
brancos.
Por fim, outra emenda amplia o percentual de reserva de vagas de 20% para 30% e passa a incluir os indígenas.
"Eu
acho que é uma vitória histórica do País. É um reencontro do Brasil com
a sua história. Que nós possamos pegar os maus exemplos do passado e
corrigir, para que o futuro seja melhor. E que no futuro nós possamos
não só dizer que não existe discriminação racial, mas promover, com
ações afirmativas, na prática, a igualdade racial"
Durante
o debate sobre a proposta, foram mais de 40 intervenções de deputados,
que se inscreveram para opinar sobre o assunto. Contrário ao projeto, o
deputado Marcos Rogério, do PDT de Rondônia, defendeu que os negros não
deveriam ter tratamento diferenciado, por serem tão capazes quanto os
brancos.
Por
outro lado, o deputado Evandro Milhomem, do PCdoB do Amapá, lembrou que
a meritocracia só pode ser aplicada quando há igualdade de
oportunidades.
O
texto do Poder Executivo que trata da reserva de cotas para negros em
concursos públicos ainda será analisado pelo Plenário da Câmara.
Fonte: Agência Câmara
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