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Parque atrai visitantes do mundo inteiro
Parque atrai visitantes do mundo inteiro
A
maior concentração de sítios arqueológicos conhecida nas Américas, o
Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) passa por mais uma crise
financeira e pode ter sua segurança reduzida a partir do próximo mês,
tornando-se vulnerável a exploradores e pichadores.
Esta
não é a primeira vez que a Fumdham (Fundação Museu do Homem Americano),
que administra o parque em parceria com o ICMBio (Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade), ameaça encerrar suas
atividades por falta de verba.
Mas,
agora, a presidente da fundação, a arqueóloga Niède Guidon, tomou uma
medida drástica: no início do ano, deu aviso prévio aos cerca de cem
funcionários que trabalham no parque.
Ela
diz que pretende vender os seis veículos da Fumdham para pagar as
rescisões contratuais. O ICMBio, vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente, tem apenas dois servidores no parque. Os 34 seguranças
contratados pelo instituto são terceirizados.
O
chefe do parque, Fernando Tizianel, disse que, com a saída da fundação,
seus vigilantes terão de deixar de fazer rondas para assumir as
guaritas controladas hoje pela Fumdham. "Não vamos conseguir manter no mesmo nível. O prejuízo é inegável", disse.
Segundo
Guidon, por questões financeiras, das 28 guaritas do parque, que é
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, só 12 têm guarda. "É uma
tristeza, mas o dinheiro em caixa dá para pagar só janeiro", disse a
arqueóloga. "Se até o dia 31 não chegar dinheiro, teremos que despedir
os funcionários."
Ela
diz ter gasto fixo mensal em torno de R$ 400 mil, mas, neste mês, a
reserva é de R$ 225 mil, sobra de um patrocínio de R$ 1,3 milhão da
Petrobras no ano passado.
O
ICMBio não repassa um valor fixo à fundação e o último aporte, de R$
2,6 milhões, foi feito em junho de 2012, segundo a Fumdham.
Guidon
disse ter pedido socorro ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional) no início de 2013, mas não teve resposta.
O
Parque Nacional da Serra da Capivara tem 129 mil hectares e foi criado
em 1979.No local, há mais de mil sítios arqueológicos pré-históricos.
O
parque recebe, por ano, 20 mil pessoas. Os ingressos custam R$ 25, mas
brasileiros e residentes no país pagam meia. A administração diz que o
dinheiro vai para o governo federal.
OUTRO LADO
Em
nota, o ICMBio informou que, mesmo que a saída da Fumdham se confirme, a
segurança do parque está garantida. O instituto disse ter gasto R$ 908
mil no ano passado com vigilância. O orçamento deste ano, no entanto,
ainda não foi definido.
O
instituto afirmou também que há R$ 500 mil de compensação ambiental
reservados para a unidade. Mas esses recursos só poderão ser liberados
após a análise das contas de 2013 da Fumdham.
A
Petrobras não informou se vai renovar o patrocínio, que vence em março.
Já o Iphan disse que distribuirá R$ 500 mil entre 50 sítios
arqueológicos neste ano, mas não há previsão para liberar os recursos.
Fonte: Com informações da Folha de S. Paulo
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