Segundo ele, os gastos com o pessoal
contratado para os programas federais têm inchado a folha e são poucos
os prefeitos que estão dentro das exigências da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Os prefeitos recorreram à Associação Piaui-ense dos Municípios
(APPM) e ao Tribunal de Contas do Es-tado (TCE) para tentar
flexi-bilizar a LRF. Sugeriram duas alternativas: a primeira, retirar
todos os programas sociais federais da folha das prefeituras; a segunda,
demitir o pessoal que está excedendo na folha e que causa o
descumpri-mento da LRF no critério de gastos com pessoal.
O presidente da APPM, Arinaldo Leal,
confirmou que os prefeitos estão sendo processados pelo descumprimento
da LRF. Já estão acontecendo as notificações por conta dos desarranjos
nas contas das prefeituras. “A maioria dos municípios fica com a
execução dos programas e, como paga a parte de pessoal, termina
incorrendo na infração à LRF. E isso afeta diretamente ao prefeito e não
somente ao município. O prefeito absorve programa federal com 100% do
pagamento de pessoal, e assina documento dizendo que não pode gastar
mais de 54%, da receita com pessoal. Nisso o prefeito se suicida”,
lamentou Arinaldo Leal.
O prefeito de Boa Hora, Zé Rezende, foi
notificado pela Justiça e está preocupado com o enquadramento dele pelo
crime de improbidade administrativa. Ele disse que a notificação
preocupou a ele e a sua família, pois prevê penas como o impedimento de
transferências voluntárias para o município, multa em valores que chegam
a mais de 30% dos vencimentos do prefeito, perda do cargo, cassação do
mandato e até prisão ou detenção. “Acho isso uma afronta. Todos nos
consideram como ladrões. Nunca roubei. Fomos colocados na prefeitura
pelo povo e para administrarmos temos que fazer parcerias. Mas está cada
vez mais difícil”, lamentou Zé Rezende.
“A alternativa que temos é tirar os
programa federais dos cálculos. Esses são programas do Governo Federal e
não dos municípios”, comentou o deputado federal Júlio César (PSD),
sugerindo que os índices dos programas federais em parceria com as
prefeituras sejam retirados da LRF no tocante ao custo com pessoal. Essa
medida, segundo Júlio César, não pode ser uma decisão administrativa,
tem que ser alterado por lei. Deve haver um reconhecimento de que os
programas são de iniciativa do governo federal, para desobrigar os
prefeitos. “É preciso uma normativa de lei para conseguir isso”, frisou o
deputado.
Fonte: Diário do Povo
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