A cidade de Betânia do
Piauí, no semiárido, a 499 Km de Teresina, é um dos 212 municípios do
estado que decretaram emergência no ano passado por conta da pior
estiagem dos últimos 40 anos. Sem água encanada, o município com pouco
mais de 6 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), é abastecida por meio de caminhões-pipa e também sofre com a falta de energia elétrica.
Na zona rural apenas 373 das 1.099 casas foram beneficiadas
pelo programa Luz para Todos, criado há 10 anos pelo governo federal
para acabar com a exclusão elétrica do país. Ou seja, sete em cada 10
residências não possuem energia e o programa ainda não conseguiu sanar o
problema na cidade piauiense.
O número de domicílios
corresponde ao último censo demográfico realizado pelo IBGE. Segundo a
própria prefeitura, 50% das 481 residências na zona urbana têm ligações
clandestinas e até mesmo unidades do programa federal Minha Casa Minha
Vida foram construídas em uma área sem rede elétrica.
De acordo com a Eletrobras Distribuição,
empresa responsável pelo abastecimento de energia elétrica no Piauí,
ainda restam 726 domicílios na zona rural a serem atendidos pelo
programa federal.
Na zona rural apenas 373 das 1.099 casas foram beneficiadas
pelo programa Luz para Todos, criado há 10 anos pelo governo federal
para acabar com a exclusão elétrica do país. Ou seja, sete em cada 10
residências não possuem energia e o programa ainda não conseguiu sanar o
problema na cidade piauiense.
O número de domicílios
corresponde ao último censo demográfico realizado pelo IBGE. Segundo a
própria prefeitura, 50% das 481 residências na zona urbana têm ligações
clandestinas e até mesmo unidades do programa federal Minha Casa Minha
Vida foram construídas em uma área sem rede elétrica.
De acordo com a Eletrobras Distribuição,
empresa responsável pelo abastecimento de energia elétrica no Piauí,
ainda restam 726 domicílios na zona rural a serem atendidos pelo
programa federal.
Enquanto isso, os moradores
que às vezes têm que pagar para ter água, gastam as economias até para
comprar placa de energia solar que custa em média R$ 1.300. Foi o caso
da dona de casa Maria Evanilde. Morando na zona rural de Betânia, no
povoado Salgadinho, ela comprou o equipamento para ter pelo menos as
lâmpadas da casa acesas. Sem energia em casa, a mulher cumpre
diariamente uma jornada doméstica que inclui puxar a água de um poço.
Outro que também investiu na compra de
uma placa de energia solar foi o aposentado Antonio José Rodrigues, 70
anos. No quintal de casa, triturando palma forrageira (vegetação típica
do cerrado), o aposentado olha para as linhas de transmissão de energia
que passam bem próximo a sua casa com certa revolta. “A gente vê daqui
de casa esse monte de cabo e fios e não tem energia para nada”, disse.
“É o programa Escuridão para Todos”, resume José Pedro Vieira da Silva, aposentado que mora na comunidade Laranjeiras.
Não bastasse o problema com a falta de
energia, em Betânia do Piauí também não há água encanada e a cidade não
conta com o único reservatório que secou e a população chegou ao ponto
de tornar a água imprópria para o consumo. O município continua com o
decreto de emergência e o abastecimento é feito por caminhões-pipa. Ela é
uma das cidades atendidas pelo Ministério da Integração Nacional que
enviou R$ 35 milhões para socorro, assistência às vitimas e
restabelecimento de serviços essenciais.
De acordo com o controlador, a
prefeitura conseguiu uma emenda de R$ 300 mil e irá investir na
regularização da energia elétrica na zona urbana.
“Nós só temos três transformadores,
quando o ideal seriam dez. A cidade está expandindo, mas o serviço de
energia elétrica não tem acompanhado essa expansão. Quando não falta,
oscila e dificulta alguns serviços. Até aulas no turno da noite são
suspensas. Com essa emenda, vamos fazer essa regularização, inclusive,
nas áreas onde estão sendo construídas as casas do programa Minha Casa
Minha Vida, mas ainda estamos aguardando a aprovação do projeto para
iniciar os trabalhos”, relatou.
Unidades do Minha Casa Minha Vida foram construídas em área sem energia (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Já em relação à zona rural, o procurador
disse que a execução do programa Luz para Todos chegou a ser
interrompida porque houve a rescisão de contrato com a empresa
responsável por fazer as ligações e com isso algumas residências
permanecem sem energia.
A Eletrobras disse ainda que aguarda
autorização da diretoria para o lançamento de nova licitação que
possibilitará o atendimento aos consumidores da zona rural até o fim do
programa Luz para Todos, previsto para este ano.
Luz para Todos no Piauí
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a meta inicial do programa, baseada no Censo 2000, era atender 149.600 domicílios da zona rural. O Luz para Todos já levou o acesso à energia elétrica a 96% da demanda do estado, 144.061 famílias, beneficiando cerca de 672 mil pessoas.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a meta inicial do programa, baseada no Censo 2000, era atender 149.600 domicílios da zona rural. O Luz para Todos já levou o acesso à energia elétrica a 96% da demanda do estado, 144.061 famílias, beneficiando cerca de 672 mil pessoas.
Conforme o ministério, a necessidade da
realização dos investimentos para suporte energético, a distância das
comunidades da rede existente, dificuldade de acesso para levar o
sistema até os moradores e a baixa densidade demográfica de algumas
regiões, bem como liberações ambientais e arqueológicas em 62 municípios
da região Sul do estado, levaram ao não cumprimento da meta.
O investimento feito nas obras do
Programa Luz para Todos no Piauí chegam a R$ 990 milhões. Desses, R$ 894
milhões são oriundos do Governo Federal.
Irregularidades
No ano passado, uma auditoria do Tribunal de Contas da União em 11 municípios do Piauí evidenciou uma série de irregularidades na execução do programa Luz para Todos, sob responsabilidade da Eletrobras Distribuição Piauí.
No ano passado, uma auditoria do Tribunal de Contas da União em 11 municípios do Piauí evidenciou uma série de irregularidades na execução do programa Luz para Todos, sob responsabilidade da Eletrobras Distribuição Piauí.
A fiscalização, feita sob relatoria do
ministro do TCU Raimundo Carreiro, apontou erros como a inadequação ou
inexistência de critérios de aceitabilidade de preços unitário e global
no edital, existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços,
perda potencial ou efetiva de serviços realizados, bem como a não
execução de serviços essenciais à integridade da obra.
Fonte: G1
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