A
operação “Sorte Grande” da Polícia Federal conta com apoio da Interpol, a
polícia internacional, para ajudar na investigação contra 50 empresas
piauienses acusadas de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. O
delegado de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Carlos
Alberto Nascimento, informou durante coletiva que a Interpol está no
caso, devido o indício de lavagem de dinheiro no exterior.
“A operação até agora está 100% de eficácia e a Interpol já está nos ajudando na investigação”, disse o delegado.
Na operação “Sorte Grande”, 13 pessoas foram detidas em condução coercitiva. Foram 15 mandados de busca e apreensões. A
PF está fazendo levantamento da quantidade de dinheiro apreendida na
operação Sorte Grande, deflagrada na manhã desta quarta-feira (20). A
Interpol ajudará na investigação já que existe indícios de que o
dinheiro era enviado para fora do país e que havia paraísos fiscais nas
Ilhas Virgens Britânicas.
A investigação foi iniciada há cerca de 10 anos e calcula-se sonegações na ordem de R$ 900 milhões até o ano passado. Os depoimentos das 13 pessoas que foram conduzidas à sede da Polícia Federal ainda estão sendo tomados em Teresina, Timon e em São Paulo. O Ministério Público Federal, através do procurador Marco Túlio, confirmou o nome do empresário Paulo Guimarães entre as pessoas conduzidas coercitivamente em São Paulo para prestar depoimento.
Atualizada às 12h03
O delegado federal Carlos Alberto
Nascimento informou que dois revólveres foram apreendidos na operação
Sorte Grande e será aberto um inquérito paralelo para investigar a posse
ilegal de armas de fogo. A operação é resultado de investigações que
apontam lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e associação criminosa em
um dos maiores grupos empresariais do Piauí. O desfalque, segundo a PF,
chega a quase R$ 900 milhões.
Segundo o delegado, houve blindagem
patrimonial, envolvendo cerca de 50 empresas do grupo, algumas são
falsas. "As empresas devedoras eram quase falidas e parcelaram dívidas
sem a intenção de pagar", esclareceu.
Ele explicou também que 13 pessoas foram
conduzidas para prestar depoimentos, duas em São Paulo e 11 em
Teresina. "Estão sendo ouvidas as pessoas que emprestaram o nome para
serem laranjas e os proprietários das empresas", completou.
Participaram da coletiva superintendente
da Polícia Federal do Piauí, Tarcísio Abreu, o delegado Carlos Alberto
Nascimento, especialista no combate ao crime organizado, e Marcellus
Alves, superintendente adjunto da Receita Federal do Piauí.
Marcellus acrescentou que o grupo
empresarial é um dos maiores do Piauí e somente no ano passado, duas
dessas empresas lançaram R$ 25 milhões na Receita Federal.
Na operação foi apreendida uma
considerável quantia em dinheiro, em moedas nacionais e estrangeiras. Os
conduzidos para a delegacia não serão presos neste momento porque a
Justiça e a Polícia Federal entendem que o mais importante é a busca e
apreensão de provas e a oitiva simultânea dos envolvidos.
O procurador da República Marco Túlio
Caminha informou, na sede da Polícia Federal, que a investigação aponta
indícios de quase R$ 900 milhões em sonegação, incluindo crédito
constituído, com juros e multas. As sonegações englobam contribuições
previdenciárias e tributos em geral, nas cerca de 50 empresas do grupo.
Túlio confirmou que 13 pessoas foram encaminhadas para prestar depoimento na Operação "Sorte Grande da Polícia Federal", que seriam funcionários, gerentes e sócios do grupo empresarial. O
procurador informou que o empresário Paulo Guimarães foi conduzido
coercitivamente em São Paulo para prestar depoimentos juntamente com
outros sócios.
Marco Túlio acrescentou que depois dos
depoimentos as pessoas encaminhadas à sede da PF estão sendo liberadas.
Segundo ele, a investigação começou em 2003, quando o Ministério Público
Federal recebeu a denúncia. E, em 2006, após fundamentar a investigação
em documentos da Receita Federal, o órgão encaminhou pedido de abertura
de inquérito para a Polícia Federal.
O grupo empresarial atua na rede de
comunicação, venda de veículos, empreendimentos imobiliários, educação -
faculdades, e na área de saúde - hospitais e planos de saúde -
especialmente nos Estados do Piauí e Maranhão.
Em nota, a Polícia Federal fala que as
investigações demonstraram que foram utilizados laranjas e empresas
offshore, sediadas em paraíso fiscal das ilhas Virgens Britânicas. "O
grupo realizou sucessivas mudanças nos quadros societários das empresas
devedoras do fisco para afastá-las de seus verdadeiros proprietários e
transferiu os seus ativos para novas pessoas jurídicas, também
constituída com empregos de laranja e offshore, deixando as devedoras
desmontadas apenas com a dívida", diz a nota.
Marco Túlio informou que após serem
ouvidas as pessoas e conferidas as apreensões, o MPF analisará se abre
processo criminal e penal contra os envolvidos.
Fonte: Cidadeverde.com
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